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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Novos velhos.

Quando eu era criança, considerava-se velho um homem de 60 anos. Velho só, não. Velhíssimo. Lembro meus avós de cabelos brancos, gestos cautelosos. Tinham essa idade. Ou até menos. Hoje, surgiu uma geração de “novos velhos”. Não estou falando da baboseira de “melhor idade” e do lixo ideológico do politicamente correto, que tenta maquiar a realidade com palavras delicadas. Há alguns anos, um ator nessa faixa etária jamais seria galã de novela. Se restringiria ao papel de pai, tio, avô. Mas galã? Atualmente, o ator Antônio Fagundes, de 62, é disputado pelos autores. (Eu, que também escrevo novelas, sou testemunha disso.) No ano passado, em Insensato coração, fez par com a bela Camila Pitanga. José Mayer, de 63, acaba de atuar em Fina estampa. Tony Ramos, de 64, será um dos protagonistas deGuerra dos sexos, ao lado de Irene Ravache, de 67. Natália do Vale, presença constante nas novelas, está com 58. Suzana Vieira tem 68. Todos protagonizam histórias de amor, são aplaudidos pelo público e lideram as audiências. Às vezes, como no caso da própria Suzana Vieira, revelam também a vida pessoal, sem medo de mostrar que podem amar e ser amados, com a mesma intensidade dos jovens.
Fiz 60 no fim do ano passado. Absolutamente aterrorizado. “Vou me aposentar emocionalmente”, pensei. Aconteceu o contrário. Entrei numa fase que lembra minha adolescência. Tenho vontade de fazer mil coisas. Comecei a malhar todo dia. Quero voltar a pintar. Voltei a ler os clássicos e cozinho sempre. Vejo as novelas de meus colegas e todas as séries americanas de TV que consigo. Mais surpreendente, as pessoas não se comportam comigo como se eu fosse um idoso. Boa parte dos meus amigos tem metade da minha idade. Os que permanecem do passado são tão animados quanto eu. Meu colega de colegial Eduardo, divorciado e com um filho adulto, apaixonou-se novamente. Ela? Tem a idade dele e continua tão linda como na nossa adolescência. Sim, esta é uma outra característica dos novos velhos: reencontram-se depois de décadas e iniciam relacionamentos. Já vi vários amigos do passado que nunca namoraram antes se apaixonar agora.
Conversei com o professor de educação física especializado em saúde e envelhecimento Igor Yole, da Academia Bioritmo, em São Paulo. Ele conta que o número de alunos acima de 60 anos aumenta ano a ano. “Nessa faixa etária as pessoas procuram saúde. Preferem esteira e bicicletas. Também querem socializar”, diz ele. “E o fato de conseguirem malhar faz com que se sintam mais capazes em tudo: sexo, relacionamentos, viagens!”
A medicina também ajuda. Digo por mim mesmo. Há anos faço um tratamento ortomolecular com o doutor Eduardo Gomes de Azevedo, que exerce uma “pré-geriatria”. Ou seja, antecipa tratamentos para curar os males da velhice. Tomo muitas pílulas por dia. Tantas que para engoli-las poderia usar uma pá. Nas refeições, costumo avisar a quem não me conhece:
– Desculpe, mas não sou um paciente terminal. Isso é para ficar bem.
Em geral, me olham de um jeito muito desconfiado. Lecitina de soja, clorofila, cápsulas de ômega 3, mando ver. Há produtos variados, contra o envelhecimento. O mais venerado de todos é o hormônio do crescimento (GH). Ele engana o corpo, que aumenta o metabolismo, cria massa muscular. Quando surgiu há alguns anos, não se conhecia a dose ideal. Fez crescer o nariz, as orelhas e a ponta dos dedos de alguns pioneiros no uso. É tomado em doses altas por quem quer um corpo tipo armário. Muitos médicos o usam como reposição hormonal, em doses mínimas, diárias. Eu tomo. Há pessoas famosas que fazem o mesmo. Meus cabelos não deixaram de ser brancos por causa do GH. Isso aconteceu, mas devido à tintura que Mário Nunes, meu cabeleireiro, me aplica mensalmente. Sinto mais disposição, sem dúvida. Viagra e produtos do gênero também são importantes, mas não vou falar deles. É muito íntimo. Só vamos reconhecer que ajudam a superar alguns dos momentos mais traumatizantes da velhice.
Reconheço: para ser um “novo velho” é preciso vaidade.Mas não só. Também não são só os remédios. O segredo é encarar a vida de maneira positiva. Antes, chegar à terceira idade era sinônimo de aposentadoria. Avôs e avós descobriram os valores da velhice. Como os astros e estrelas nas novelas de TV, também podem se apaixonar, reinventar o cotidiano e entrar numa gloriosa etapa da existência.
Afinal, a vida está só começando.

WALCYR CARRASCO.
30/03/2012 
http://revistaepoca.globo.com/vida/walcyr-carrasco/noticia/2012/03/novos-velhos.html

terça-feira, 22 de março de 2016

Para Sir Phillip, com amor

Para Sir Phillip, Com Amor - Os Bridgertons 5Sinopse:
Eloise Bridgerton é uma jovem simpática e extrovertida, cuja forma preferida de comunicação sempre foram as cartas, nas quais sua personalidade se torna ainda mais cativante.
Quando uma prima distante morre, ela decide escrever para o viúvo e oferecer as condolências. Ao ser surpreendido por um gesto tão amável vindo de uma desconhecida, Sir Phillip resolve retribuir a atenção e responder.Assim, os dois começam uma instigante troca de correspondências. Ele logo descobre que Eloise, além de uma solteirona que nunca encontrou o par perfeito, é uma confidente de rara inteligência. E ela fica sabendo que Sir Phillip é um cavalheiro honrado que quer encontrar uma esposa para ajudá-lo na criação de seus dois filhos órfãos.Após alguns meses, uma das cartas traz uma proposta peculiar: o que Eloise acharia de passar uma temporada com Sir Phillip para os dois se conhecerem melhor e, caso se deem bem, pensarem em se casar? Ela aceita o convite, mas em pouco tempo eles se dão conta de que, ao vivo, não são bem como imaginaram. Ela é voluntariosa e não para de falar, e ele é temperamental e rude, com um comportamento bem diferente dos homens da alta sociedade londrina. Apesar disso, nos raros momentos em que Eloise fecha a boca, Phillip só pensa em beijá-la. E cada vez que ele sorri, o resto do mundo desaparece e ela só quer se jogar em seus braços. Agora os dois precisam descobrir se, mesmo com todas as suas imperfeições, foram feitos um para o outro.


Não sei como pode ser possível, mas Quinn ainda me surpreende após 4 livros lidos da serie. Mas uma vez estou encantada, apaixonada e viciada por seus livros. Gostaria de parabeniza-la apesar de saber que é provável que a mesma nem tome conhecimento deste agradecimento, mas mesmo assim digo: - Que dom incrível. De fato não consigo descrever todas as sensações que desfrutei ao ler o quinto exemplar, é uma mistura de risos, espanto, alegrias e surpresas. Caros leitores devo frisar que este é um romance romântico, meloso, e por tanto só leia se interessar-se por este tipo de leitura. Como a história nos cativa a leitura é rápida e extremamente divertida. Desde a capa até as últimas letras do exemplar merecem minha admiração cada profissional envolvido neste projeto de entretenimento. Dito isto, apenas resta-me dizer: boa leitura. 

" O rosto dele pareceu se contrair e o lábio inferior começou a tremer. Eloise ficou sem ar. Nunca tinha visto um homem chorar antes, a não ser seus irmãos, nunca nem chegara a pensar ser possível, mas então uma lágrima rolou lentamente pela bochecha de Phillip e parou no canto de sua boca. Ela estendeu a mão e secou-a. " página 264

Título: Para Sir Phillip, com amor 
Editora: Arqueiro
Páginas: 288
Categoria: Favoritos
Autora: Julia Quinn

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

No meio do caminho




No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.


Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra


Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 10 de outubro de 2015

8 Segundos

sinopse:
Nunca provoque um peão: ele só precisa de oito segundos para te enlouquecer. Pietra, filha única de um rico fazendeiro, sempre teve tudo o que quis. Para realizar mais um de seus caprichos – viver em Paris em seu próprio apartamento –, ela é obrigada pelo pai a passar uma temporada na propriedade da família. Lá, ela conhece o veterinário Lucas, um homem simples e determinado, que sonha em competir nos grandes rodeios do país. Quando o peão conhece a patricinha, faz de tudo para não se deixar levar pelos lindos olhos verdes da filha do patrão. Em 8 segundos, Pietra e Lucas não conseguirão resistir à paixão. Mas antes que possam viver este amor, a revelação de um terrível segredo do passado mudará suas vidas para sempre.


Confesso que me surpreendi com Camila, a autora, sempre fico receosa ao escolher um novo livro que venha de autores brasileiros, e devo reconhecer que hoje temos vários autores nacionais que escrevem boas historias. 
Estando na categoria de livros eróticos o leitor se surpreende ao correr das paginas por descobrir que Camila dispõe em seu exemplar muito mais que erotismo, há realmente um enredo que nos prende aos personagens. A leitura é bem rápida e divertida. Há um misto de sentimentos que a autora passa para o leitor em momentos diferentes da historia, ao ler senti a paixão que os personagens transpareceram um pelo outro, senti a dor dos personagens principais quando o segredo que os afligia é revelado, assim como o sentimento da paz proveniente de um reencontro. Enfim, esta autora é digna de sucesso, parabenizo também os responséveis pela capa (foi o primeiro livro a ganhar minha atençao em meio a uma livraria cheia de outros exemplares). Devo lhes lembrar que a obra não é um romance meloso, portanto o recomendo a todos que gostam de boas historias eróticas. 
Boa leitura, abraços. 

" -Ai! - gritei ao sentir mais um maldito pernilongo me picar. Meu pai poderia pelo menos ter me deixado na sede, mas nao. Só porque eu o chamei de velho louco, ele resolveu me deixar no meio da estrada. E lá estava eu: os saltos atolando no barro, as rodinhas das minhas malas nao deslizavam na grama, estava com sede, suada, cansada e... " pagina 13

Título: 8 segundos
Editora: Objetiva LTDA
Páginas: 275
Categoria: Bom
Autora: Camila Moreira

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Perversidade do Tempo

Ninguém conhece a dor da saudade melhor do que eu. 
Quem nunca partiu deixando um amor, um pedaço de si, para trás não sabe como o peito fica apertado, como a respiração falha no meio do choro em plena madrugada. 
É uma historia que se complicou.
As lagrimas se jogaram dos meus olhos sem que eu permitisse.
Não importando se estas de bruço, de lado, de cabeça pra baixo ou encolhida, o sono foge, e por mais que você queira não consegue dormi. 
Foi a perversidade do tempo, das circunstancias que fizeram-me afastar de você. 
Pois em meu peito falta um pedaço, aquele que provem de ti. 
E a vida passa tão, tão rápido para que você desperdice o tempo com tolices ao invés de estar com quem te faz sorrir. Se eu tivesse opção não deixaria de estar ao teu lado, se opcional fosse eu não estaria aqui e você ai. 
De todas as dores ,físicas, que senti ao longo dos meu anos de vida nenhuma se compara ao que senti durante doze meses afastada de você.
 Muitos nunca entenderão o que 700 km de distancia puderam me causar. A dor de mil facas rasgando meu peito, em uma agonia que Morfina não alivia. 
Como palavras não bastam, e nunca bastarão, de nada me vale escrever com o intuito deste texto alcançar você. Porque por mais que eu explique como foi intensa, imensa a minha dor você nunca conseguirá conhece-la a ponto de polpar sua volta. 


Anna Santos.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Os Segredos de Colin Bridgerton

Sinopse:
Há muitos anos Penelope Featherington frequenta a casa dos Bridgertons. E há muitos anos alimenta uma paixão secreta por Colin, irmão de sua melhor amiga e um dos solteiros mais encantadores e arredios de Londres.
Quando ele retorna de uma de suas longas viagens ao exterior, Penelope descobre seu maior segredo por acaso e chega à conclusão de que tudo o que pensava sobre seu objeto de desejo talvez não seja verdade. Ele, por sua vez, também tem uma surpresa: Penelope se transformou, de uma jovem sem graça ignorada por toda a alta sociedade, numa mulher dona de um senso de humor afiado e de uma beleza incomum. Ao deparar com tamanha mudança, Colin, que sempre a enxergara apenas como uma divertida companhia ocasional, começa a querer passar cada vez mais tempo a seu lado. Quando os dois trocam o primeiro beijo, ele não entende como nunca pôde ver o que sempre esteve bem à sua frente. No entanto, quando fica sabendo que ela guarda um segredo ainda maior que o seu, precisa decidir se Penelope é sua maior ameaça ou a promessa de um final feliz.

Queridos leitores, devo lhes dizer que Julia Quinn continua a me encantar com seus romances. Creio que já esta claro que estou encantada com a serie Os Bridgertons. Neste quarto livro, Os segredos de Colin Bridgerton, a autora nos cativa com as supresas apresentadas ao longo desde romance romantico. A leitura como de costume foi rápida e divertida, Quinn nos surpreende, nos faz dar risadas, e nos deixa tensos quando os segredos dos personagens estão para serem revelados. Recomendo a obra para mulheres que adoram um bom romance meloso. Eu como toda moça apaixonada fui cativada desde o primeiro exemplar que li de Os Bridgertons. Pretendo ler toda a serie. Como todo bom livro este se destaca desde a capa até as ultimas palavras do prólogo, todo os profissionais envolvidos merecem nosso respeito pela excelência de toda a obra. Bem, me resta apenas uma coisa a dizer: boa leitura.


" Inclinou o corpo para a frente e a beijou, devagar e com reverência, não mais tao surpreso que aquilo estivesse acontecendo, que a desejasse tão intensamente. O choque desaparecera, substituído pelo simples e primitivo desejo de reclamá-la para si, de marcá-la com ferro em brasa como sua.Sua?Ele se afastou e olhou para ela por um instante.
Por que não? " Página 188.


Título: O Segredos de Colin Bridgerton
Editora: Arqueiro
Páginas: 336
Categoria: Favoritos
Autora: Julia Quinn

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O amor nunca é silêncio



Léo Luz


Que graça tem o amor contido, o sentimento tímido, a paixão pulsante que se cala? Assim como as palavras não são somente o que dizemos, mas também são o que o outro ouve, o amor não é somente o que se sente, mas, em grande parte, o amor é o que o outro recebe, o que fazemos, enviamos e demonstramos. Qual é a graça de amar e não declarar esse amor ao mundo? Que ser amante em sã consciência não sente vontade de subir ao alto do mais alto prédio, subir em um tijolinho pra ficar mais alto ainda, e, de lá, gritar a plenos pulmões o seu amor? O amor pode ser comparado à uma gargalhada: quando é grande demais, ele não cabe dentro de você, e todo mundo fica sabendo.
E se o alvo do seu amor for, como o meu, uma pessoa magrinha, miúda, aí danou-se tudo: o seu amor não cabe todo nela e você se vê obrigado a gritar, espernear, escrever, desenhar, dançar, fazer o diabo que for preciso pra botar esse amor pra fora. E dane-se se vão reclamar, às favas com quem reclama da overdose do seu amor, pouco importa os que pensam que você expõe demais o que sente. Eles nunca sentiram um amor assim, que não cabe em você, que, às vezes, dá a impressão de que vai escorrer pela sua boca, rastejar até o canto da sala e tentar pular pela varanda, tamanha vontade que ele tem de se mostrar ao mundo.
Você senta no computador e dá vontade de escrever sobre o seu amor. Você mexe no celular e dá vontade de mandar mensagem. Você vê uma foto dela e já quer ligar só pra falar eu te amo. E deixa o celular por perto pro caso de eu querer ligar de novo pra falar que eu te amo. E, por mais que se tente, nada que se faça será suficiente. Bilhetes, cartas, textos, e-mails, mensagens de texto, músicas, desenhos, sinais, gritos, berros, choros, palavras, cafunés. Nada nunca será suficiente para dar vazão a tudo o que há dentro do peito.
Pobres dos que amam em silêncio. Coitados daqueles cujo amor é discreto, silencioso e contido. Felizes são os que amam de maneira espalhafatosa, brega, sem pudor, censura ou amarras. Infelizes os que nunca se envergonharam momentaneamente com uma exagerada e pública declaração de amor. O que as outras pessoas pensam pouco importa quando se trata de rasgar o peito e botar o amor pra fora, na rua, no shopping, no corredor da universidade ou no meio do trânsito. Se o amor é fogo, tanto melhor é levar a vela até a cortina e botar fogo em tudo. Talvez a fumaça alcance todo o mundo e, por fim, toda e qualquer criatura viva sob a face da Terra fique sabendo do amor que você sente. Mas é sempre bom ficar com o telefone por perto para um “eu te amo” de emergência.