Sinopse:
Fabiano e sua família, formada pela esposa Sinhá Vitória, os filhos identificados apenas como Menino mais novo e Menino mais velho e a cachorrinha Baleia, caminham sob o escaldante sol do nordeste. Encontram uma casa abandonada e ali se abrigam, na expectativa da passagem do período de seca. A chuva chega, e com ela aparece o patrão, dono da terra, expulsando Fabiano do lugar. Para continuar na terra, o matuto se oferece para trabalhar como vaqueiro. Recebe roupas, animais de criação e alguns produtos para iniciar o serviço, instalando-se em definitivo na fazenda.
A família conhece alguns momentos de alegria e de felicidade limitada. No entanto, a ameaça da cheia causa apreensão em Sinhá Vitória.
Tempos depois, as aves de arribação que cortam os céus em certa ocasião funcionam como prenúncios da seca, que está de volta. A família se prepara para nova fuga. Fazem-na de madrugada, tanto para aproveitar a temperatura mais amena, quanto para escapar de uma eventual perseguição do patrão.
Assim, terminam sua história exatamente como a haviam começado: fugindo da seca.
Vidas secas é o quarto romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938. A obra é inspirada em muitas histórias que Graciliano acompanhou na infância sobre a vida de retirantes. Escrito em terceira pessoa, Graciliano não focaliza os efeitos do flagelo da seca através da crítica mas em narrar a fuga da família, a desonestidade do patrão e arbitrariedade da classe dominante, impossibilitada de adquirir o mínimo de sobrevivência.
Período: a narrativa se relaciona a um período particularmente complicado da política brasileira e mundial. No Brasil, estava em vigor a ditadura Vargas, enquanto a Europa vivia as tensões que resultariam na eclosão da Segunda Guerra Mundial.
ANÁLISE : a narrativa apresenta os desejos mais íntimos de Fabiano e de sua família. Os capítulos independentes mostram a dificuldade de comunicação das personagens, sobreviventes que pouco se abrem a expansões sentimentais. Para reproduzir na linguagem a mesma secura, o narrador utiliza poucos adjetivos.
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